5 de fevereiro de 2014

Ferramentas CAT na tradução: anjos ou demónios?



CAT é o acrónimo de Computer-Assisted Translation ou Computer-Aided Translation e remete para a tradução que recorre a ajuda de computador. Como qualquer outra inovação tecnológica, estas ferramentas deram origem a reações que variaram entre a adoção fervorosa e a recusa obstinada.  Entre estes extremos podemos afirmar que é inegável que as CAT permitem um trabalho de tradução mais rápido, o que pode significar maior disponibilidade para o tradutor dedicar-se a outros pedidos e consequente aumento de faturação.

O contra-argumento em relação a este facto é que mais rápido pode não ser sinónimo de melhor qualidade; nesta linha há quem também diga que as CAT estão a substituir o tradutor, mas com o tempo o que se tem verificado é que são apenas softwares de auxílio à tradução que permitem aumentar a produtividade porque automatizam ações antes feitas à mão, como por exemplo a busca de sinónimos e a pesquisa para encontrar o termo mais adequado ao contexto.
 
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Existem várias CAT no mercado e muitas vezes o tradutor tem que saber trabalhar com várias, dependendo das que forem adotadas pelas empresas de tradução suas clientes. Todas as CAT têm em comum o fato de segmentarem o texto, sendo cada um desses segmentos gravado com o texto de origem.

Por sua vez, todos eles são arquivados numa base de dados, designada como memória de tradução (Translation Memory) ou TM, com o objetivo de poderem ser reutilizados noutros textos. Paralelamente, integram a apresentação automática de terminologias, o que poupa o tempo e a energia de pesquisa. Além disso permitem que seja mais fácil manter a uniformização de termos e a coerência de linguagem. Outras funções incluem ferramentas de concordância, de estatística do processo de tradução e até de alinhamento (inserção de traduções na TM).

A experiência tem mostrado que os tradutores de textos técnicos são os que mais partido tiram das CAT e para os que traduzem literatura, não são uma mais-valia tão grande que justifique o investimento. No fundo, usar ou não CAT depende de como o tradutor se adapta a ela e do tipo de trabalho que faz.